segunda-feira, outubro 30, 2006

Prince - Let's Go Crazy

O Prince já foi muito bacana, como mostra esse clipe de Purple Rain, com a música Let's Go Crazy. Gosto muito desse vídeo por três razões.

1. A música é bárbara. Tem uma canção das Bangles, Manic Monday, que é do Prince tbem, que lembra muito Let's Go Crazy. Mas o pique (para usar uma palavra anos anos 80) é incomparável.

Segunda razão: é uma das últimas aparições do Prince com a Telecaster American Vintage, uma guitarra que eu adoro (eu tenho uma American DeLuxe Sunburst).

E, por fim, tem várias imagens da Apolonia Kotero, que é a sósia perfeita de uma amiga da faculdade, a Yolanda!

HISTÓRIAS DE QUANDO EU ERA DEE-JAY (IV)


Sempre convivi pacificamente com o cheiro da maconha. Mas alguma coisa estava errada naquela noite. Um cheiro absurdamente forte de maconha vinha do camarote do Jorge Ben Jor, que iria dar um show no Rádio Clube.

As portas ainda estavam fechadas, uma multidão lá fora -- e quantidades industriais de fumo sendo consumidas no camarim. Dei um toque no produtor que o cheiro estava forte demais, até porque sempre havia alguns policiais na entrada de um show com muita gente e podia sobrar para alguém.

O cheiro não parou. Em compensação, um sujeito vestido de branco apareceu com o maior defumador que eu já vi, jogando fumaça para tudo o que é lado. Saiu do camarim e foi até o palco, defumando tudo o que via pela frente.

No final, o defumador não tinha tirado o cheiro da maconha. Amalgamara-se a ele. E ficou assim o tempo todo. Até que a mulher do dono do RC perguntou para o produtor do Ben Jor:

- Que incenso gostoso esse que você acendeu aqui... Qual que é?

O cara só riu e disse:

- Segredo!

domingo, outubro 29, 2006

HISTÓRIAS DE QUANDO EU ERA DEE-JAY (III)



Esqueci de mencionar duas músicas que levantavam a moçada:

- Middle of the Road, do Pretenders

- Let's Go Crazy, do Prince (a proposta do Rádio Clube era muito parecida com a do clube em que o Prince tocava no filme Purple Rain, de onde vem essa música. Era uma coisa para muita gente, pista grande aberta para um palco -- no qual havia shows bacanas).

Dei uma pesquisada e já escreveram na Folha Online sobre o Rádio Clube e o Radar. O link é esse aqui:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult512u137.shtml

Vai dar numa página com vários posts. Vá descendo até chegar em 'A Vibe é anos 80'.

HISTÓRIAS DE QUANDO EU ERA DEE-JAY (II)

Ser dee-jay não é fácil. Sempre tem alguém pedindo alguma música pentelha pra tocar. O jeito é ser político, sorrir e ficar na sua – não é à toa que minha cabine ficava no alto e tinha um segurança na escadinha. Mas duas abordagens nessa época me chamaram a atenção.

Uma vez, um clone do Elvis Costello me abordou. E disse:

- Você antes tocava mais new wave. Agora toca umas musiquinhas de FM no meio. Pô, não faça isso. Volte pra new wave – é a esperança de uma nova música...

Fiquei meio intrigado com o tom de voz dele, com o ritmo das palavras. Perguntei:

- Você é religioso?

Ele, animado:

- Sou pastor.

- Pastor new wave.

- É.

Aí, eu disse:

- Seja feita a vossa vontade.

E fui pra cabine. De fato, o Costello tinha razão. Nunca mais toquei as tais musiquinhas. E o cara continuou a freqüetar o RC.

Outra história.

Era quinta-feira, e a casa estava vazia. A banda que iria fazer o show entrou no palco. Desliguei a pick up e desci da cabine. Quando estava na pista, vendo o pessoal afinar os instrumentos, um gordinho cabeludo chegou:

- Olha, você não toca heavy metal, isso é um absurdo. Eu quero que você toque pelo menos duas músicas do Iron maiden, pelo menos duas do Judas Priest...

Cortei o cara.

- Eu não tenho nenhum desses discos.

O cara deu uma risadinha superior e mandou ver:

- Eu já sabia que vc iria dizer isso e trouxe uma fita.

- Só que eu não vou tocar. As pessoas não vêm aqui para dançar heavy metal.

O cara começou a gritar e isso chamou a atenção de um amigo meu, o Enrico, e de três seguranças, que se postaram atrás de mim. O mais engraçado deles, o Ganso, perguntou:

- Algum problema, Aluízio?

- Nenhum. O moço já está indo embora.

O cara ficou furioso, fez o sinal de heavy metal com os dedinhos (ou me chamou de corno através da mímica, sei lá) e foi embora.

sábado, outubro 28, 2006

HISTÓRIAS DE QUANDO EU ERA DEE-JAY (I)


O Roger, do Ultraje a Rigor, vivia no Rádio Clube. Eu já tinha cruzado a banda no prédio de uma antiga namorada – o Leospa, o batera, morava lá. Bem, o Roger adorava ir ao RC. Entrava, bebia um chope, ia ao backstage, à pista, dava uma volta, conversava e ia embora. Nessa época, ele tinha uma Marajó amarela (para quem não tem a menor idéia do que isso significa, a Marajó era a versão perua do Chevette). Ele encostava na porta e perguntava para quem conhecesse o que estava rolando.

Uma noite, estava eu lá na porta, o lugar bombando, gente pra burro. Era o que eu fazia quando já havia visto o show ou simplesmente não gostava do que estava vendo. Aí, escutei:

- Aluíziô, Aluíziô (sotaque paulistano da gema)!

O grito vinha da tal Marajó amarela. Estavam o Roger e a namorada (com quem ele se casou, se não me engano) e outro casal atrás. Dei uma espiada. Eram o Herbert Vianna, do Paralamas, e a Paula Toller, do Kid Abelha (apelidado pela moçada do RC de Q. I. de abelha). Só que, para todos os efeitos, a Paula ainda era casada com o Leoni, baixista do Kid. Eu disse:

- Pô, Roger, metade do rock brasileiro tá no seu carro e a outra metade tá aí dentro.

Expliquei que tinha show do Magazine e dos Miquinhos Amestrados (ainda com o Léo Jaime) e tinha um monte de gente na platéia (Paulo Ricardo, do RPM e que estudava comigo na ECA, era um deles). Os pombinhos do banco de trás da Marajó, ainda escondendo o romance de todo o mundo, resolveram procurar um lugar mais discreto...

terça-feira, outubro 24, 2006

Arveres somos Nozes


Thanks to Sylvio Pinheiro.

Engraçado. Hilário. Simples. Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário. Simples.Engraçado. Hilário.

sexta-feira, outubro 20, 2006

EU JÁ FUI DEE-JAY


OK, faz tempo demais. Foi em 1984, numa casa chamada Rádio Clube. Rolava uma rivalidade entre nós e outra, chamada Radar Tantã. As duas tinham o mesmo formato -- salões enormes, palco, bandas de Brock fazendo show e som na pista. Sabe aquela danceteria que o Prince tocava em Purple Rain? Era igual. Nas pick-ups, era eu no Rádio Clube (depois o Rogério Palomaro entrou para me ajudar) e no Radar, duas figuraças: O Carlito e o Kid.

Mas, no final das contas, eu e o Carlito ficamos bem amigos. Teve um show do Ritchie no Radar em pleno domingo. Fui conferir, pela primeira vez, a concorrência. Acabei conhecendo o Carlito, que era dono de uma cultura pop razoável e gostava muito do Robert Palmer, sabia muito de música. Aí, criamos uma rotina. Nas folgas do Radar, ele ia ao Rádio Clube. Nas do RC, eu ia ao Radar.

Ah, e quando as duas casas estavam fechadas, a gente ia ao Rose Bom Bom. Quem fazia o som era o próprio Angelo Leuzzi, o dono, com o Jaiminho -- esse cara que tinha um topete igual ao do Brian Seltzer, do Stray Cats. Ele andava com dois outros que eram sósias dos outros integrantes da banda. Fiz amizade com um deles, o Gilberto, que namorou uma amiga.

Voltando ao Rádio Clube. Ficava em Pinheiros, o público era bem maurício e a New Wave estava bombando. E tome camiseta laranja-cítrica. Jeans stone-washed. E tênis quadriculados (na Inglaterra, esses tênis eram símbolo do movimento two-tone, no qual bandas de Ska, como o The Beat e os Specials, misturavam músicos brancos e negros; aqui no Brasil, era só moda).

Não podia tocar música disco ou funk. Até experimentei tocar algumas coisas assim, mas não deu. O público não queria. Todo mundo queria fazer um movimento repetitivo, com os braços semi-estendidos, para um lado e para o outro, como se estivessem balançando freneticamente uma bandeja imaginária...

Então, essas eram as dez músicas que mais agitavam a moçada:

Legal Tender – B-52’s
Time Out For Fun – Devo
Private Idaho – B-52’s
Rebelde Sem Causa – Ultraje a Rigor
Footloose – Kenny Loggins
Corações Psicodélicos – Lobão
Pro Dia Nascer Feliz – Barão Vermelho
Start Me Up – Rolling Stones
Óculos – Paralamas
Rebel Yell – Billy Idol

Foi uma experiência incrível. Pela primeira vez, percebi que eu poderia perceber o que as pessoas gostavam, sem necessariamente gostar daquelas coisas. Tanto é que a minha listinha favorita para dançar era essa aqui, que rolava mais tarde da noite:


What Difference Does it Make? – The Smiths
Thieves Like Us – New Order
Sunday, Bloody Sunday – U2
Bedsitter – Soft Cell
Transmission – Joy Division
Book of Brilliant Things – Simple Minds
The Lebanon – Human League
Bambina – Lobão
Los Niños Del Parque – Liaisons Dangereuses
London Calling - The Clash

Estávamos em 1984. Mas, se você olhar a lista das favoritas, há poucas músicas daquele ano. Vamos lá:

Legal Tender – B-52’s é de 1983; Time Out For Fun – Devo, é de 1982; Private Idaho – B-52’s é de 1981; Rebelde Sem Causa – Ultraje a Rigor, essa sim, é de 1984; Footloose – Kenny Loggins é de 1983; Corações Psicodélicos – Lobão é de 1984 também; Pro Dia Nascer Feliz - Barão Vermelho é de 1983; Start Me Up – Rolling Stones é de 1982; Óculos – Paralamas, OK, é de 1984; e Rebel Yell – Billy Idol é de 1983.

No Radar não era diferente. Pq isso aconteceu? Pq a New Wave já era meio velhinha lá fora. A saída, então, foi buscar algumas músicas antigas. Por conta disso, em 1984, as rádios começaram a tocar músicas de alguns anos atrás, que eram meio desconhecidas do público. Isso tudo, de alguma forma, nasceu lá no Radio Clube e no Radar Tantã e se espalhou pelo país.

Ah, em 1985 eu fazia eventualmente som no Madame Satã, quando o Marquinhos e o Magal me deixavam brincar um pouco. O playlist era bem diferente do RC.

Qualquer dia eu escrevo sobre o Madame Satã.

quinta-feira, outubro 19, 2006

ESSE É UM TEXTO QUE EU ESCREVI EM JANEIRO DE 2002

A LOTERIA DO PRIMEIRO BEIJO
Na adolescência, tudo parece ser mais complicado do que é - especialmente quando se trata de convencer uma garota a dar uns beijinhos. Engraçado, isso sempre foi relativamente fácil para mim, mas não era fácil para os outros.

Eu tinha um amigo que tinha esse problema. Era estranho. Ele já tinha transado com uma mulher e eu não - mas eu tinha, sei lá, beijado umas 10 garotas e ele nada. Uma noite, finalmente, desencalhou. Completamente bêbado, ele agarrou uma menina chamada Naomi na Kombi-Trailer do primo, na praia.

No dia seguinte, fomos dar um passeio no calçadão, olhando o mar. Ele, de ressaca, me perguntou: "E aí, eu gostei?".

Eu não disse nada.

"Ela era bonita, pelo menos?"

Novo silêncio. A menina era gorda, meio vesga e tinha uns pelinhos na bochecha.

"Pô, fala alguma coisa."

Eu disse que só lembrava do nome dela. Naomi.

"Naomi. Então ela devia ser tipo indiazinha, né? Esse nome é índio."

Eu respondi que tinha lido um livro do Harold Robbins havia uns dois anos (é, aos 13 anos você lê o que tem em casa, fazer o quê?) e tinha uma personagem chamada Naomi. Portanto, esse nome não deveria ser tupi-guarani.

"Tudo bem, mas como ela era?"

Esse foi um dos maiores dilemas da minha adolescência. Dizer o quê? Que a menina era linda? Que era um tribufu? Resolvi sair pela tangente.

"Olha, eu estava mais bêbado que você, não lembro nem da cara da menina que estava comigo..."

"Deixa de ser mentiroso. Você lembra de tudo. Sempre. É até irritante."

"Amnésia alcoólica", eu respondi.

Acabei de dizer isso e olhei para o outro lado da calçada. Uma garota meio gordinha e vesga estava atravessando na nossa direção. Quando ela estava a um passo da gente, caiu a ficha: era a garota dele, a menina da noite anterior. Gelei. E agora?

Ela passou direto, ainda ressacada da noite anterior, e não reconheceu nenhum dos dois. O assunto morreu. Graaaaaças a Deus.

ESSE É UM TEXTO QUE EU ESCREVI EM MARÇO DE 2003

O oposto dos sexos

As mulheres são de Vênus, e os homens de Marte. Os homens gostam de ler Nick Hornby, e as mulheres Bridget Jones. As mulheres querem ser a Gisele Bündchen, e os homens querem ficar com a Scheila Carvalho. Os homens gostam de futebol, e as mulheres de novela. Os homens vão a um restaurante e querem traçar uma carne. As mulheres preferem dividir uma "massinha" e uma "saladinha".

As mulheres, de tempos em tempos, querem discutir a relação. Os homens preferem ir levando. As mulheres têm um impulso incontrolável de perguntar a alguém como se chega a tal rua. Os homens, na mesmíssima proporção, odeiam perguntar o caminho para ir a qualquer lugar. As mulheres a-d-o-r-a-m uma sobremesa, mas se sentem culpadas depois da primeira colherada. Os homens nem ligam tanto para um doce, mas lambem os beiços sem culpa depois do tiramisu.

As mulheres se debulham em lágrimas quando assistem a Tarde demais para Esquecer, As Pontes de Madison e qualquer capítulo final de telenovela. Os homens dificilmente choram num filme, mas os olhos mareiam-se em Jerry Maguire e O Campo dos Sonhos. As mulheres falam, sem problemas, em bandos. Junte quatro mulheres, três assuntos diferentes e voilà: as três conversas correm ao mesmo tempo, entre todas, sem nenhum problema. Os homens preferem a monogamia na hora de conversar: um assunto só, quase sempre, por vez.

As mulheres idolatram Jackie O. Os homens não vêem muita graça nela. No telefone, elas são verborrágicas. Eles, monossilábicos. Elas são capazes de agüentar algo assustador como a dor de um parto e ficam apavoradas diante de uma barata. Eles matam a barata sem medo, mas desabam e ficam manhosos por conta de uma febrinha à toa. Às vezes, elas adoram odiá-los - e eles odeiam adorá-las. Homens e mulheres parecem combinar em apenas uma coisa: elas não passam sem eles, e vice-versa.

segunda-feira, outubro 16, 2006

A BANDA QUE ELVIS NUNCA TEVE

Que line-up, hein? É um comercial da BBC. Grande sacada e bem feito.

domingo, outubro 15, 2006

SOTAQUES NO ROCK'N'ROLL


John Lennon. Nascido em Liverpool. Paul McCartney. Idem. Mick Jagger, em Dartford. Bryan Ferry em Washington, Tyne and Wear (apesar do nome, é uma cidade só). Phil Collins, em Londres. David Bowie também. Simon LeBon, do Duran Duran, em Bushey. Nomes da atualidade? Robbie Williams. Em Burslem. Liam Gallagher, do Oasis, em Manchester. Chris Martin, do Coldplay? Em Devon. (posso falar um pouco desse cara? ele é o santo graal dos adoradores da cultura inútil. é casado com gwyneth paltrow; é canhoto, mas toca guitarra como se fosse destro; regravou 'hunting high and low', do a-ha -- e todo mundo achou lindo, apesar de a música ser um lixo; e, ah! essa é boa, é tataraneto do cara que inventou o horário de verão).

Pois bem. O que todo esse povo do rock tem em comum? São todos cidadãos britânicos. Nascidos na Inglaterra. Súditos da Rainha.

Vocês já ouviram alguma entrevista desses caras? O sotaque muda um pouco, vai do mais cockney ao ultra-sofisticado. Mas é um sotaque BRITÂNICO. Sem dúvida.

Então, pq diabos é que, na hora de cantar, eles têm sotaque AMERICANO?

quinta-feira, outubro 05, 2006

MARC BOLAN & T. REX

Top of the Pops2 Marc Bolan Special


Marc Bolan é um dos gênios da música pop que pouca gente conhece. Foi ele quem
praticamente inventou o glam rock (ou glitter), um fenômeno muito bem descrito no filme Velvet Goldmine. Diz a lenda que uma namorada de Bolan resolveu dar uma ‘maquiada’ em seu rosto antes de participar no programa Top of the Pops, na BBC. Os outros astros do pop viram e gostaram – incluindo o hoje idolatrado David Bowie. Pronto. Surgira o glitter, que teve como grandes expoentes nomes como Sweet, Alice Cooper, Slade, Gary Glitter e Mott the Hoople. Não lembra de nenhum sucesso deles? Talvez o mais famoso seja ‘Ballroom Blitz’, do Sweet, que já foi regravado por muita gente – e até entrou na trilha sonora do filme Wayne’s World.

Seguinte: entre 1971 e 1973, Bolan, com a banda T. Rex, emplacou 10 (DEZ!) músicas que ficaram entre as três primeiras da parada britânica. Entre essas, clássicos como Get it On (Bang a Gong), Metal Guru, 20th Century Boy e Jeepster.

Get it On é, disparado, minha favorita e marcou minha infância. A figura de Bolan, magro, cabeludo e nascido para a stage performance, sempre me vem à cabeça quando penso numa figura que sintetize ‘o’ rock star.

Para quem quer conhecer o trabalho de Bolan: há um DVD na praça, remasterizado por seu filho, que tem entre os extras um curta-metragem feito por Ringo Star sobre o líder do T. Rex.

No final de sua carreira (ele morreu em 1977, quando seu mini-Cooper bateu numa árvore), ele teve um programa de entrevistas na BBC e ajudou a popularizar o movimento Punk. Entre seus convidados regulares estavam Johnny Rotten, Siouxsie Sioux e Billy Idol.

Detalhe engraçado: a letra de Jeepster não faz muito sentido. Um repórter, então, perguntou sobre o quê era a canção. A resposta: “It’s about a car, of course”. Sob este ponto de vista, de fato, dá pra entender a letra.

Detalhe 2: nesse link do YouTube, há um especial de 24 minutos com apresentações de Bolan no Top of the Pops. Na segunda música, Get it On, você poderá ver Elton John, fazendo as vezes de tecladista do T. Rex, na flor de seus 22 anos (e já estava ficando careca).

Detalhe 3: se você gosta do som que a Rita Lee fazia nos anos 70, especialmente com a banda Tutti-Frutti, vai notar uma forte influência do T.Rex (e do glam em geral) no álbum ‘Fruto Proibido’.

quarta-feira, outubro 04, 2006

ESTE AQUI É O SWEET

Ballroom Blitz


Para quem gostou do Marc Bolan e quer ver mais glitter -- Sweet com Ballroom Blitz. Tem outra famosa do Sweet também. Chama 'Fox on the Run'.

BACARDI MEETS PATRICK HERNANDEZ

Barcardi Rum Fly - Patrick Hernandez - Born To Be Alive


Comercial muito legal!!!!!
The Twins - Face To Face

Sabe aquelas musiquinhas ruins que a gente gosta secretamente?

THERE BUT FOR THE GRACE OF GOD GO I

Machine - There But For The Grace Of God Go I

Outro dia, fui numa festa cujo tema era 'Anos 70'. As pessoas se produziram com um esmero inacreditável -- e o resultado foi incrível. Parecia que eu tinha entrado numa máquina do tempo.

Como era uma coisa caricatural, os modelitos remetiam à fase mais trash da década -- aquele figurino da 'Família Dó-Ré-Mi' ou do 'Kojak', sabe como é?, calça laranja boca-de-sino e camisa roxa com colarinho largo...

Estava lá, no meio daquele frenesi dançante, quando me lembrei do final da era disco... Tem um filme, inclusive, 'The Last Days os Disco', que mostra bem o que aconteceu.

De repente, acabou. Nos Estados Unidos, criou-se um bordão ("Disco Sucks", ou "a discoteca é uma merda") que contaminou todo mundo. Há quem veja por trás disso um grande preconceito -- já que, nessa época, quem brilhava nas pistas de dança eram os latinos, os negros e os gays. Os Wasps e RedNecks, assim, ficavam só na perifa da pista de dança, batendo palma para o show das minorias.

"Disco Sucks" era uma forma, para os Wasps, de voltar a controlar a indústria cultural.

Bem, todo esse trolóló é para falar dessa música, escrita por August Darnell, mais conhecido por Kid Creole. Se vc ler a letra, vai achar que é a coisa mais racista do mundo. Mas, ao saber que o autor é um negro, verá a ironia e a amargura dos versos -- que, de certa forma, não combinam com a melodia, alegre e 'pracima'.

Carlos and Carmen Vidal just had a child
A lovely girl with a crooked smile
Now they gotta split 'cause the Bronx ain't fit
For a kid to grow up in
Let's find a place, they say, somewhere far away
With no blacks, no Jews and no gays

Chorus:
There but for the grace of God go I

Poppy and the family left the dirty streets
To find a quiet place overseas
And year after year the kid has to hear
The do's the don'ts and the dears
And when she's ten years old she digs that rock 'n' roll
But Poppy bans it from home

Chorus

Baby, she turns out to be a natural freak
Popping pills and smoking weed
And when she's sweet sixteen she packs her things and leaves
With a man she met on the street
Carmen starts to bawl, bangs her head to the wall
Too much love is worse than none at all

Chorus

DETALHE: Este vídeo foi feito com base em cenas do filme 'Summer of Sam', de Spike Lee, que tem Adrien Brody no elenco. O interessante é que a primeira cena, na qual dá para ouvir o diálogo, os personagens estão discutindo a possibilidade de irem embora do Bronx -- exatamente como na primeira estrofe da canção.

segunda-feira, outubro 02, 2006

SERÁ QUE VOCÊ TAMBÉM SOFRE DE T.O.C.C.?

Responda rápido:

1. Você sente prazer em descobrir coisas que ninguém sabe e, num momento quase orgástico, revelar a uma audiência qualificada?

2. Você é capaz de ficar lendo a ficha técnica de CDs só pra ver se cava alguma informação curiosa, daquelas que ninguém mais tem?

3. Você é capaz de ver os créditos de filmes antigos, só para checar se um diretor famoso de hoje foi um assistente-zé-mané de ontem?

4. Você tem daquelas memórias de elefante, cujo espaço ocupado no cérebro acaba atrapalhando suas atividades no dia-a-dia?

5. Você é tão observador que é capaz de reconhecer o Elton John, num vídeo de 35 anos atrás, só PELAS MÃOS??????

Se você respondeu 'SIM' a pelo menos três questões, meu caro, você sofre de T.O.C.C. -- ou Síndrome do Transtorno Obsessivo Compulsivo pelo Conhecimento.

Isso é pior que uma doença. Na verdade, está mais para vício. Experimentei os primeiros sintomas na adolescência. Na faculdade, explodiram. E agora, na casa dos 40, é algo simplesmente incontrolável.

Só me toquei (ops!) da existência dessa doença na semana passada, quando mostrei um vídeo do Marc Bolan para um amigo. A surpresa era a participação do Elton John no vídeo. E não é que ele reconheceu Sir Elton pelas mãos gordinhas batucando no teclado???????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Será que existe cura para isso????