NEW ORDER E A DIFÍCIL MISSÃO DE COMPRAR DISCOS IMPORTADOS EM 1985
A primeira vez que eu ouvi uma música do New Order foi na casa de uma amiga, a Patrícia – era Thieves Like Us. Tempos depois, fui ao Rose Bom Bom e tocava uma música muito legal, que enchia a pista. Não conhecia quem tocava, até que um amigo disse: “Essa aí é do New Order. Chama Blue Monday”.
Não sosseguei enquanto não comprei o vinil (era um 12 polegadas de 45 RPM). Só consegui uma cópia italiana, de qualidade discutível, mas era melhor que nada. Tempos interessantes, aqueles. Para encomendar alguma coisa, vc tinha de ser amigo de alguém que viajava para o exterior. Uma vez, comprei dois LPs (Eden, do Everything But The Girl, e The No Comprendo, do Les Rita Mitsuko) através de uma amiga que iria viajar a Paris a trabalho. Até que o Kid Vinil e o Marquinhos MS, do Madame Satã, me deram a melhor dica: encomendar os discos com o Carlini. Esse cara era comissário da Varig e fazia as rotas da Europa. Comprava por 1, vendia pra gente por 2 e todo mundo ficava feliz.
O negócio dele deu tão certo que ele montou uma loja de discos numa galeria da Barão de Itapetininga, a Bossa Nova, em sociedade com um amigo nosso, o Pardal.
Depois, foi a vez do Pardal brigar com o Carlini e montar sua própria loja, a Ya-ba-dah-ba-dooh!, no Itaim. O que dava certo em sociedade não funcionou em vôo solo. Depois de alguns meses, as duas lojas fecharam.
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