HISTÓRIAS DE QUANDO EU ERA DEE-JAY (I)
O Roger, do Ultraje a Rigor, vivia no Rádio Clube. Eu já tinha cruzado a banda no prédio de uma antiga namorada – o Leospa, o batera, morava lá. Bem, o Roger adorava ir ao RC. Entrava, bebia um chope, ia ao backstage, à pista, dava uma volta, conversava e ia embora. Nessa época, ele tinha uma Marajó amarela (para quem não tem a menor idéia do que isso significa, a Marajó era a versão perua do Chevette). Ele encostava na porta e perguntava para quem conhecesse o que estava rolando.
Uma noite, estava eu lá na porta, o lugar bombando, gente pra burro. Era o que eu fazia quando já havia visto o show ou simplesmente não gostava do que estava vendo. Aí, escutei:
- Aluíziô, Aluíziô (sotaque paulistano da gema)!
O grito vinha da tal Marajó amarela. Estavam o Roger e a namorada (com quem ele se casou, se não me engano) e outro casal atrás. Dei uma espiada. Eram o Herbert Vianna, do Paralamas, e a Paula Toller, do Kid Abelha (apelidado pela moçada do RC de Q. I. de abelha). Só que, para todos os efeitos, a Paula ainda era casada com o Leoni, baixista do Kid. Eu disse:
- Pô, Roger, metade do rock brasileiro tá no seu carro e a outra metade tá aí dentro.
Expliquei que tinha show do Magazine e dos Miquinhos Amestrados (ainda com o Léo Jaime) e tinha um monte de gente na platéia (Paulo Ricardo, do RPM e que estudava comigo na ECA, era um deles). Os pombinhos do banco de trás da Marajó, ainda escondendo o romance de todo o mundo, resolveram procurar um lugar mais discreto...
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